Técnica de Gilbert ou Técnica de Liechtenstein para o tratamento cirúrgico de paciente com hérnia hinguinal primária unilateral
DOI:
https://doi.org/10.52908/coorte.v0i03.23Resumo
Introdução: Hérnia inguinal é uma doença de alta prevalência; não há um padrão ouro para o seu tratamento cirúrgico. A operação tem como objetivo a redução do saco herniário e reforço da parede posterior. O reparo realizado com uso de prótese é amplamente utilizado, com relatos de bons resultados, especialmente em relação à recidiva, independente da composição e do formato do material. Este estudo foi desenhado para comparar o tratamento cirúrgico de hérnia inguinal primária unilateral realizado pela técnica de PHS ou de Liechtenstein, em relação às variáveis de resultado tempo cirúrgico e complicação no pós-operatório precoce.
Métodos: Foram estudados, de modo prospectivo e randomizado, pacientes operados de hérnia inguinal primária unilateral não complicada no período de Janeiro 2009 a Janeiro de 2010, randomizados em dois grupos: Grupo A (n=25) - técnica de Gilbert; e Grupo B (n=25) - técnica de Liechtenstein. Critérios de inclusão: pacientes do sexo masculino, acima de 18 anos, com hérnia inguinal unilateral, massa corpórea <30 Kg/m2, não diabéticos e classes I – II da Sociedade Americana de Anestesiologia. As variáveis estudadas foram: a) idade b) índice de massa corpórea em Kg/m2 c) ASA d) tempo cirúrgico (minutos), e) complicação precoce, f) tempo de acompanhamento (meses) g) complicação tardia. Todos os pacientes foram examinados no ambulatório nas seguintes datas: a - 7º dia de pós-operatório; b - 1º, 3º e 6º mês da operação. O médico responsável pelo acompanhamento pós-operatório não conhecia a técnica utilizada no paciente.
Resultados: As características clínicas dos pacientes eram semelhantes. Os pacientes operados pela técnica de Gilbert tiveram menor tempo cirúrgico que pacientes operados pela técnica de Liechtenstein (57,6±16,65 vs 74,20±24,90; p=0,007). A média de seguimento (meses) foi 21,64(±8,23) no grupo A e 14,68(±5,50) no grupo B (p=0,001). O grupo B apresentou um risco 50% maior de complicações tardias quando comparado com o grupo A (RR 1,5, p=0,5).
Conclusão: apesar de número pequeno de pacientes e tempo de seguimento restrito, o nosso estudo mostra menor duração da operação com a técnica de Gilbert, porém com resultados semelhantes ao da técnica tradicional de Liechtenstein em relação às complicações precoces, tardias e recuperação pós-cirúrgica. Estudos a longo prazo são necessários para avaliar a eficácia das telas em geral, principalmente em relação às taxas de recorrência e inguinodinia no pós operatório.
Descritores: hérnia inguinal, cirurgia geral, tela cirúrgica.